domingo, 12 de fevereiro de 2012

A importância do pai na gravidez

       Apesar de ser a mulher a engravidar e a carregar com o bebé durante 9 meses, o pai tem um papel fundamental neste período de tempo.

     A grávida durante a gestação tem que passar por inúmeras transformações físicas e psicológicas. Desde os enjoos à indisposição, à preguiça e até ao mau humor. Por isso, é que às vezes chora, outras vezes ri. Tal comportamento pode deixar o pai confuso, inseguro ou até ciumento, mas o segredo é ter paciência e compreensão. O pai, por sua vez, sofre também grandes alterações, embora sejam apenas de teor psicológico e emocional.

         O papel do pai durante a gravidez é principalmente ajudar e apoiar a mulher em tudo aquilo que ela precisar. O pai deve desde o início acompanhar a mãe às consultas médicas, transmitindo assim, mais confiança e tranquilidade à mãe. Deve também estar preparado para responder a todos os desejos que a mulher tiver e deve estar pronto a ouvir e a compreender todos os medos ou receios da mulher.

            Nesta altura de mudanças, é essencial que o pai esteja presente, ajude em tudo o que for necessário e dê carinho e atenção. Assim, a mulher ficará mais confiante, com menos receios e a relação entre marido e mulher será fortalecida com o nascimento desta nova vida.

Conversamos com especialistas e enumeramos as razões que fazem a presença do pai ser essencial no pré-natal e no pós-parto.


1. Qual a importância do pai no pré-natal?

“A principal tarefa do marido é não se deixar ser excluído pelo obstetra, que muitas vezes conhece a moça desde menina e o olha como um intruso. O marido precisa ter consciência de seu papel, de que é mais importante que o médico, de que é o verdadeiro companheiro da mulher. Antes de ser pai, ele é homem. E ela, antes de ser mãe, é sua mulher. Assim ele será melhor pai, ela será melhor mãe e juntos continuarão a ser um bom casal”, defende o psicanalista Francisco Daudt. “O pai deve dar assistência em tudo que a grávida necessite – tanto nos cuidados com o bebê como com ela mesma. Ele deve estar atento às consultas médicas, aos exames necessários, à alimentação e ao controle do peso dela. Tudo isso é importante para que a gestação não se torne mais pesada para a mãe do que para o pai”, acrescenta a psicóloga Cristiane Gai. “É interessante que o marido participe dos exames no pré-natal, uma forma também de curtir a gravidez e, assim, auxiliar na elaboração de sua nova condição, que é ser pai. Essa relação ajuda na formação de um vínculo entre pai e filho, mesmo com o bebê ainda dentro do útero”, finaliza a psicóloga Isis Pupo.


2. É importante o pai estar na sala de parto?

O fundamental é o apoio, e isso varia de acordo com cada casal. “No parto, o papel paterno é de compreensão pelo momento único que a mulher está passando, pelas dores que ele jamais vai sentir, por exemplo. Acima de tudo, a presença do pai deve ajudar a gestante a se sentir segura”, explica a psicóloga Cristiane Gai. Na opinião do psicanalista Francisco Daudt, o marido deve apoiar a mulher, estar a seu lado, dar-lhe a mão. “Friso que, antes de pai e mãe, eles são marido e mulher”, ele diz.

Se o seu marido entra em pânico só de pensar na sala de parto, fique calma. A psicóloga Isis Pupo defende que estar na sala de parto é opcional: “Deve-se respeitar os próprios limites. O ideal é assistir ao parto se for para passar tranquilidade e apoio à mãe e ao bebê. Caso contrário, é melhor esperar que o recém-nascido chegue ao berçário”.

3. Preciso pagar alguma taxa para que o pai do meu filho participe do parto?

Não. A lei garante: tanto no sistema público como no privado, a gestante tem direito a um acompanhante de livre escolha durante o trabalho de parto, o parto e o pós-parto, sem pagar nenhuma taxa extra. (Fonte Resolução Normativa 167, publicada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar em janeiro de 2008.)


4. Algumas mães afastam o pai da criança nos primeiros meses por achar que só elas dominam o jeito certo de fazer as coisas. Como resolver essa situação para a mãe se sentir segura e o pai não se sentir excluído?

“Desde o momento que o bebê nasce, o ideal é que o pai participe dos cuidados com a criança: ele deve assistir ao banho demonstrativo, que é realizado em diversos hospitais, conversar com os pediatras e enfermeiras, não ter vergonha de perguntar e arriscar, afinal nenhum filho vem com manual de instruções. A aprendizagem só vem com a prática, e as mães também passam por isso. Se, mesmo com todo esse esforço, ainda houver desconfiança, vale ter uma boa conversa e expor os sentimentos para a parceira”, incentiva a psicóloga Isis Pupo. Para o psicanalista Francisco Daudt, a divisão de tarefas e responsabilidades é importante porque “retira da mulher a monumentalidade massacrante que transforma uma jovem moleca brincalhona num ser enorme chamado mãe”. Já a psicóloga Cristiane Gai sugere: “O pós-parto é um período muito complicado para o homem. A solução é tentar participar ao máximo, seja cantando uma cantiga de ninar, seja ajudando na troca de fraldas e no banho. E, além disso, ter em mente que essa fase vai passar”.

5. O que o pai pode fazer para ajudar no pós-parto?

“O que ele aprendeu antes (ou o que deveria ter aprendido): dar banho no bebê, alternar quem atende a criança nas acordadas noturnas, trocar fraldas, ajudar a mãe a preparar o peito para a amamentação e, sobretudo, continuar a ser marido e companheiro de sua mulher”, enfatiza o psicanalista Fernando Daudt.


6. Se o casal estiver separado, como o pai pode participar do dia a dia do bebê?

“No pós-parto e por toda a vida, o pai deve participar o máximo possível da rotina de seu filho. Isso vale também para os pais separados. É interessante conversar com aquele que fica mais tempo com o bebê e perguntar sobre seus gostos e suas preferências. Fazer parte da vida de um filho é fazer parte de seu mundo, é conhecê-lo. Desde o útero, a criança já escuta e discrimina a voz dos pais devido à diferença de tonalidade. Portanto, o vínculo do bebê com a figura paterna se inicia ainda no útero”, finaliza a psicóloga Isis Pupo.

Blog Gravidez e Maternidade e Bebê Abril

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